Voluntários do Instituto de Letras traduzem gratuitamente artigos científicos sobre Covid-19

Com o objetivo de ajudar a divulgar e circular, em língua inglesa, pesquisas e artigos relacionados ao coronavírus produzidos na UFBA, fortalecendo assim a internacionalização da produção científica da Universidade, professores e estudantes voluntários do Núcleo Permanente de Extensão em Letras (Nupel), do Instituto de Letras da UFBA, criaram o Projeto de Tradução Covid-19.
 
“A ideia surgiu a partir da iniciativa dos professores Daniel Vasconcelos (colaborador do NUPEL como orientador de Professores em Formação) e Monique Pfau (orientadora dos tradutores em formação)”, conta a coordenadora adjunta da área de língua Inglesa do Nupel, Lucielen Porfirio, que também participa da ação. Após reunião virtual para ajustar objetivos e propostas, os docentes começaram a procurar voluntários para o projeto entre os demais professores, estudantes de inglês e professores em formação (PFs) do núcleo.
 
“Tivemos a grata surpresa de reunir 16 voluntários – alunos da graduação em letras, professores e tradutores em formação – para participar das traduções de artigos que irão circular em instituições e revistas internacionais”, comemora Lucielen. Ela, Daniel Vasconcelos e Monique Pfau atuam como coordenadores dos 16 tradutores em formação, que formam uma equipe com um “número de pessoas que pode realizar o trabalho de tradução num período máximo de uma semana, que é muito mais curto que o habitual, pois entendemos que as pesquisas sobre o coronavírus têm maior urgência de circulação nos meios científicos”, afirma.
 
A realização do trabalho acontece com os tradutores atuando em pares, de suas casas, considerando o tempo que têm disponível. Eles são orientados por um dos professores que coordena o projeto, que também fica responsável por revisar todo o material, junto com os tradutores. “É, também, um trabalho de formação, ensino e capacitação dos voluntários”, completou a professora Lucielen.
 
No momento, as traduções podem ser feitas do Inglês para o Português e do Português para o Inglês. Mas, “como o Ilufba tem também formações em outras línguas estrangeiras, tais como espanhol, italiano, francês e alemão, alguns professores dessas áreas já se colocaram à disposição para auxiliar em traduções dessas línguas, caso haja demanda”, afirma Lucielen.
 
O processo da tradução começa quando o pesquisador interessado envia o artigo, já finalizado, por e-mail, em formato .doc ou .docx. A partir daí, os coordenadores do projeto enviam o material para uma das duplas de tradutores voluntários e orientam o trabalho de forma virtual. Quando os tradutores finalizam, os professores coordenadores realizam a revisão do material e o enviam ao pesquisador solicitante, que precisa adequar apenas à formatação da revista para a qual pretende submeter seu trabalho.
 
Por enquanto, “ainda não existe uma alta demanda para tradução, uma vez que apenas iniciamos a divulgação do nosso trabalho”, diz Lucielen. “O nosso empenho inicial é divulgar o projeto entre o maior número de pesquisadores possível, pois queremos ajudar a fazer com que o conhecimento produzido por esses profissionais seja difundido e publicado internacionalmente, espalhando-se pelo mundo e ajudando um maior número de pessoas.”
 
Lucielen Porfírio acredita que “pesquisas demandam um certo tempo de produção e realização, e o assunto Covid-19 ainda é extremamente novo e tem exigido fôlego de ataque dos pesquisadores, em especial da área de saúde, que também estão nas linhas de frente de atendimento aos doentes e no auxílio aos sistemas de saúde que hoje temos no Brasil”. Por isso, completa, “é necessária a colaboração de profissionais de outras áreas para ajudar na disseminação das descobertas”.
 
Ela também crê que “a demanda será maior daqui a algumas semanas, ou meses, e  por isso, o serviço de tradução também poderá aumentar, gradativamente, à medida que essas pesquisas forem sendo produzidas e finalizadas”. É importante destacar que “estamos disponíveis também para ajudar a fazer com que o conhecimento produzido no exterior se torne acessível aqui aos pesquisadores brasileiros. Para tanto, o projeto poderá traduzir para o português, artigos sobre a Covid-19 publicados em outros países”, acrescentou.
 
Atualmente, o grupo está produzindo a tradução de um artigo científico e investindo, a princípio, na divulgação da ação em vários meios digitais, para que o maior número possível de pesquisadores possa contar com a tradução de seus trabalhos. Essa divulgação é importante agora, para que os profissionais se sintam confortáveis para realizar suas pesquisas, sabendo que terão auxílio com a tradução que facilitará a pesquisa ser publicada internacionalmente.
 
De acordo com os idealizadores, existe a pretensão de “continuar oferecendo o serviço durante todo o período que durar o isolamento social, proposto pelos governantes e pela UFBA. No entanto, esse período poderá ser dilatado até mesmo depois da quarentena, considerando que as pesquisas começarão a ser produzidas, quando as coisas na área de saúde ficarem mais calmas, e levando em conta, também, as demandas para as traduções”.
 
Segundo a professora, o principal sentimento envolvido nesse momento é a solidariedade. “Sabemos que todos precisamos estar juntos na batalha contra a pandemia da Covid-19, e que temos que atuar, com nossos conhecimentos e possibilidades, para nos fortalecermos como sociedade e assim, juntos, possamos encontrar saídas mais rápidas e mais amenas para o problema que estamos enfrentando na sociedade”, assegurou Lucielen.
 
Os pesquisadores que desejem ter seus trabalhos traduzidos para imediata publicação, em língua inglesa, devem enviar solicitação e arquivos para os seguintes emails:
 
Daniel Vasconcelos – danvasconcelos@gmail.com
 
Lucielen Porfirio – lucielenporfirio@hotmail.com
 
Monique Pfau – moniquepfau@hotmail.com.
 
Os  estudantes da graduação de inglês na UFBA e colaboradores do NUPEL que atuam como tradutores voluntários do Projeto de Tradução Covid-19:
 
1 – Amanda da Silva Espírito Santo
 
2 – Ariane Galvão e Silva
 
3 – Jéssica de Jesus Costa Gama Soares
 
4 – Anna Carolina dos Santos e Tavares
 
5 – Albert Gonçalves de Sá
 
6 – Natasha Farias Oliveira
 
7 – Geisiane Conceição Pinheiro Santos
 
8 – Amanda de Oliveira Santos
 
9 – Ana Beatriz Almeida
 
10 – Fernanda da Silva Góis Costa
 
11 – Glauber Lima Maia
 
12-Flora Simões de Freitas Keijock Rodrigues
 
13- Simone Maria Evangelista Salles
 
14- Vinicius Ferreira Alves
 
15 – Nathalia Borges Azevedo
 
16- Fernando Biagini Junior
 
O Nupel
 
O Núcleo Permanente de Extensão em Letras (NUPEL) é o órgão responsável pela coordenação, fomento, gerenciamento, apoio, acompanhamento e avaliação de ações de extensão do Instituto de Letras da UFBA e foi implementado em 2012, com o objetivo de promover a articulação da extensão com o ensino e a pesquisa, de forma indissociável, ampliando a relação entre a universidade e a sociedade.
 
É um espaço em que estudantes da graduação e pós-graduação stricto sensu podem experimentar a prática de ensino em sala de aula e da tradução escrita. Tem dois eixos de formação principais: o eixo de professores e o eixo de tradutores.
 
O eixo de tradutores em Formação (TFs) é o que está atuando no Projeto de Tradução Covid 19 e proporciona uma formação complementar para os professores em formação (PFs), que se voluntariaram no projeto.
 
O Nupel tem atuado em parceria com a Pró-reitoria de Pós Graduação (PROPG) da UFBA, realizando traduções para os programas de pós-graduação da UFBA, em especial, as páginas institucionais. Atualmente, o Nupel apresenta dois pares de línguas no eixo de tradução: inglês-português, orientado pela Professora Monique Pfau, contando com uma tradutora e um tradutor em formação (Albert Sá e Nathalia Borges Azevedo); e espanhol-português, orientado pelo professor Antonio Messias, contando com uma tradutora em formação (Ludmila Rodrigues).